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  • giuliallupo

SHE WOLF convida GUSTAVO AMARAL

Conhecer Gustavo e a sua arte é vivenciar um milhão de emoções ao mesmo segundo. Ele é profundo, apaixonado, enigmático, divertido....e muito mais!

Gustavo cria colagens mixed mídia que exploram a arquitetura e a forma humana. Suas obras capturam simultaneamente o corpo em sua forma externa, as emoções internas e a psique que existem sob sua concha, investigando o conceito de moradia e habitação.

Aqui as suas estimulantes respostas:

O que você diria aos artistas que estão começando hoje?

Acho que o mais importante é pensar que é uma maratona, não uma corrida. Então acho que diria que se você tem esse desejo ou esse amor pela arte, o quer que mova a gente a fazer arte, não desista, seja resiliente e não tenha medo de críticas, pode ser construtivo.


Você tem um lema pessoal que acaba sendo a forma de você lidar com as coisas?

"Quando as coisas ficam estranhas, os estranhos se transformam em profissionais"

-Hunter Thompson


O que você acha das funções das galerias de hoje?

Acho válido desde que o galerista tenha uma proposta que seja justa com o artista, se for uma relação saudável para ambos os lados acho que está tudo certo. Talvez a relevância da galeria possa mudar e isso pode ser uma coisa positiva ou negativa.


Explique a sua arte em uma frase ou, melhor ainda, em uma palavra.

Nossa essa é difícil hein, mas acho que por alguns motivos, Salvação.


Qual você considera a sua melhor obra / projeto?

Geralmente, se tudo estiver correndo bem eu considero a melhor a última que eu fiz.

Tem algumas favoritas mas são como filhas, difícil escolher.


Quando você era pequeno o que queria ser quando crescesse e porque?

Na minha infância eu passei por muitas experiências difíceis e acredito que sempre vi através da arte uma forma de escapar ou lidar com uma realidade que talvez eu não estivesse pronto na época para enfrentar. Isso, naquele período, se tornou possível através de livros, filmes, desenhos e música.

Mas o que eu fiz bem na minha vida enquanto era novo foi andar de skate, então eu sempre achei que ia ser profissional de skate. Rs.


Sua família te apoiou na escolha de ser artista?

Minha mãe sempre me apoiou nas escolhas que fiz na minha vida. Meu pai, eu não sei se ele entendeu muito, mas também nunca foi contra as escolhas que eu fiz na vida.


O que o seu eu do presente diria para o seu eu do passado?

Acho que muitas coisas, seria uma longa conversa, talvez muito longa para essa entrevista, hahahahahaha!

Mas, mais recentemente eu diria para não subir em árvores, pois cai de uma e fraturei a coluna quase fui parar numa cadeira de rodas, tudo deu certo, mas como eu disse seria uma conversa longa e complexa.


No que você acredita?

Essa é uma pergunta complexa, principalmente diante desses últimos acontecimentos na minha vida. Eu acredito que existe uma força maior e mais complexa por trás de tudo e as pessoas têm uma jornada aqui neste planeta na qual temos que caminhar. Isso quando minha consciência está mais expandida rs. Tem momentos que eu acredito na energia caótica do mundo e acredito que a incerteza possa estar no comando, e o máximo possível é lidar com a vida da melhor maneira que a gente consegue. Acredito que pode ser uma combinação das duas coisas, mas não tenho certeza de nada e estou tentando ficar em paz com isso.


Como você se vê daqui a dez anos?

Essa é uma pergunta que me tira o sono a mais de 10 anos rs. Como eu sofro bastante com ansiedade, eu estou tentando levar a vida um dia de cada vez, claro que tenho planos e objetivos, mas tento focar no que está na minha frente agora para manter a minha saúde mental.


Seu trabalho tem te feito feliz?

Sim, meu trabalho me faz feliz e apesar de sempre ser um desafio é uma maneira de me conectar com o presente no processo, que em si, é uma coisa que me faz muito bem. Além disso é a melhor maneira de tenho de extravasar as formas, ideias e sentimentos que moram dentro de mim.


Seu trabalho fez outras pessoas felizes?

Eu acredito que sim. Algumas pessoas já me falaram que sim, acho que "umas da boca pra fora, outras da boca pra dentro" com diz Black Alien, mas é muito bom saber que pode ser uma coisa que no mínimo faça que a pessoa tenha um pensamento crítico, para o bem ou para o mal. Da minha parte eu faço o possível para transmutar os monstros que me habitam em algum tipo de beleza, mas claro a percepção de cada pessoa é muito subjetiva.


A situação mais complexa que você já se encontrou (profissionalmente falando).

Acho que foi fazer uma obra em Miami, em 2015. Foi o primeiro mural em larga escala que fiz. A Netflix foi o maior desafio até hoje mas a experiência correu muito bem, por isso só guardo boas memórias.


Pelo que você se sente mais grato na vida?

Pelas pessoas que estão próximas de mim e eu realmente sinto que estão do seu lado amizade e família são fortalezas que construímos e devemos mantê-las com todas as nossas forças.


Qual é o objetivo mais importante alcançado em sua vida?

Acho que até agora foi construir minha casinha ateliê no Sul da Bahia e buscar viver uma vida mais tranquila, embora ainda não tenha conseguido, acredito que estou no caminho.


Dada a escolha de qualquer pessoa no mundo, quem você gostaria de ter como convidado para jantar?

Acho que se tivesse a oportunidade iria jantar com Hunter Thompson, ele foi uma grande influência jornalística e artística na minha vida e acredito que seria uma refeição que seria bem duradoura e interessante.


O que seria um dia perfeito para você?

Uma dia que eu esteja com coração leve perto de gente que amo já considero como bons, não acredito em dias perfeitos mas os que chegam mais perto deles nunca são planejados.


O que você acha ser a melhor coisa do Brasil e a pior?

Acho que existem dois Brasis completamente diferentes. O Brasil é simultaneamente o melhor lugar para ser muito rico e o pior lugar para ser muito pobre. Além disso vivemos uma polarização que acaba acentuando essa questão. Então acho que a melhor coisa do Brasil é o Brasil e a pior também é o Brasil.


Você teve que fazer muitos sacrifícios para chegar onde está agora? O jogo valeu a pena?

Tive, acho que todo artista que leva seu trabalho a sério fez sacrifícios muito grandes na vida que custaram muito, se o jogo valeu a pena, eu acredito que é cedo para dizer mas gosto de pensar que sim, porque eu continuo produzindo e graças a isso talvez eu esteja respirando nessa terra.


Como você se reinventa nesse mundo de constante mudança?

Eu não sou bom com mídias sociais então tenho dificuldade, mas conseguir fazer o meu site e através dele já me apareceram boas oportunidades. Acho que preciso me reinventar mais hahahahaha.


O que você acha que um artista não deveria fazer nunca?

Acho que o artista pode fazer o que quiser, dentro de um certo contexto. Acho uma linha tênue que ainda é estudada e acho que é um tema complexo que ainda é muito debatido.



Arte da capa: foto cortesia do artista Gustavo Amaral e design da Giulia L.Lupo.


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