Nascida na Itália, Giulia L. Lupo é formada em Linguagens de Mídias com especialização em Cinema e Teatro. Começou a sua carreira muito cedo trabalhando com produção teatral e seguindo para a área de eventos e propagandas.
Traz na bagagem projetos ao redor do globo, com passagens pela Índia, Japão, China e Estados Unidos, trabalhou com grandes marcas como Prada, Moncler, Tod’s, além de ter trabalhado com profissionais premiados como Spike Lee, Marina Abramovich, Vanessa Beecfrot, Milena Canonero, entre outros.
Em 2017 resolveu mudar os rumos de sua carreira seguindo sua paixão por o mundo da arte de rua e assim chegou a conhecer São Paulo. Foi amor à primeira vista, e abraçou a cidade como seu novo ponto de partida na carreira, onde usando de sua expertise e sua atuação com produção e curadoria.
Como surgiu seu interesse em trabalhar em São Paulo?
São Paulo é uma cidade que oferece muitas oportunidades, me lembra muito Milão onde morei e trabalhei por anos: cidades que nunca dormem e onde o foco é fazer negocio.
Meu interesse apareceu por acaso porque, depois um trabalho fixo de 4 anos em Milão como produtora, decidi fazer uma viagem na América do Sul para conhecer os artistas, sem planejar nada e com uma mochila como companheira de viagem. Foi assim que cheguei. E já nos primeiros dias, observando as ruas, percebi as vibrações artísticas que só aqui existem e achei este lugar um paraíso onde poder desenvolver o que tanto queria.
E foi assim que decidi de ficar.
Quais são suas referências de trabalho?
Não sendo uma artista, mas uma produtora, é difícil mencionar referências conhecidas. Mas a minha inspiração é o profissionalismo e a criatividade das varias mulheres que trabalhei junto ou encontrei no meu percurso profissional. Aquelas mulheres que poucos conhecem porque o nome do chefe sempre vai primeiro, mas quem na verdade são elas que mandam em tudo ;-)
Quando é contratada para um trabalho ou projeto, quais prerrogativas e concepções você analisa? Existe um processo pré- estabelecido?
Cada projeto é único então não tem um protocolo, mas tem alguma atenção técnica que costumo aplicar em cada situação. O meu trabalho é selecionar o artista perfeito para o cliente em termos artístico e também que possa caber nas expectativas financeiras do cliente.
É uma analise acurada do cliente e do pedido que me leva até a proposta artística definitiva.
Quais tipos de trabalho você realizou e realiza?
Sendo o meu trabalho de intermediação entre empresas / clientes particulares / institutos / fundações / associações e artistas, o que estou atuando são os serviços de curadoria, produção, mentoria e organização de eventos e colab.
Quando falo de obra de arte entendo dizer arte sobre paredes internas e externas, fachada de empenas, telas, objetos, vestuário, etc. Todas as superfícies que podem receber pintura.
Curadoria: quando o cliente tem um projeto artístico, mas não sabe que tipo de arte deseja, então eu faço um estudo e proponho uma serie de artistas de acordo com as exigências de temática, gosto e orçamento.
Produção: quando o cliente já sabe quem deseja e precisa de alguém para cuidar da negociação, contratação e suporte durante o trabalho. Eu fico assistindo o processo desde o fechamento do contrato até a entrega da obra, cuidando que todas as necessidades do artista in loco sejam cumpridas e que o cliente obtenha o resultado desejado.
Este serviço de produção pode também ser realizado para um artista: ele é o cliente que precisa de suporte na produção.
Mentoria: existem dois tipologias. Uma é quando o cliente é uma instituição e quer interagir com um artista para projetos públicos e precisa de alguém que cuide da negociação. Outra forma é quando o artista me chama para ajudar ele na divulgação do seu trabalho, ajudando-o a encontrar mais projetos. Como se fosse um agente dele.
Eventos & Colab: existem varias tipologias de evento como exposições, festivais, festas corporativas ou festas de lançamento de produto, etc então os meus serviços se adaptam dependendo do caso.
Por exemplo, posso participar desde a criação da concepção do evento até cuidar de live painting, montagem das artes dentro o ambiente e muito mais, tudo que tem a ver com lidar com arte.
Outra forma de atuação é assessorando marcas na criação de produtos customizados em parceira com artistas. Por exemplo criando uma edição limitada ou uma interpretação do produto que o cliente oferece.
Extra: por muito tempo atuei também na área da produção vídeo, como curta-metragem, comerciais, clip musicais, documentários. Então continuo oferecendo suporte neste setor caso hajam oportunidades.
Quais as vantagens de trabalhar no mercado brasileiro?
Se pensasse que agora ganho em reais e não mais em euro, talvez seria melhor pular na próxima pergunta ;)...mas acho o mercado brasileiro é muito interessante porque é bem amplo e sempre evoluindo e crescendo. Tem muita variedade e também muito entusiasmo, por isso não tem como cansar!
Você conhece diversos mercados, se pudesse destacar as diferenças e atributos, quais seriam?
Além da moeda, a primeira diferença é exatamente o que queria explicar antes: a variedade que o Brasil oferece respeito uma Europa satura de empresas antiquadas que não deixam os jovens tomar conta e microempreendedores crescerem.
Eu amo a Europa assim como amo o Brasil, mas falando agora do mercado onde eu atuo, a arte urbana, o Brasil é bem mais na frente que a Europa. Falando da Itália sobre este assunto no especifico, ela ainda não está pronta, mas está se preparando. Acredito que isso não seja uma coisa negativa porque a Itália tem outra cultura artística que precisa ser preservada, mas ao mesmo tempo poderia ser mais aberta as novidades de hoje.
Você também realiza projetos internacionais após ter mudado para o Brasil?
Sim e o meu objetivo para os próximos anos e fazer sempre mais. No momento sou curadora de um projeto de street art em uma cidade italiana que contará com vários artistas de fama internacional. Ainda não posso falar muito porque a comunicação oficial sairá somente depois da Páscoa.
Como é ter sua assinatura como curadora e produtora em escritórios referência no Brasil?
É algo que me deixa orgulhosa considerando o percurso que fiz até hoje. Cheguei neste País sem conhecer ninguém e querendo fazer exatamente este trabalho então hoje agradeço pelas oportunidades e sempre faço o meu melhor em cada projeto.
Como você enxerga o mercado brasileiro para a Street Art? É um mercado potencial? Por quê?
Definitivamente sim porque é um País jovem e cheio de oportunidades. Não estou querendo dizer que viver de arte seja fácil, mas o Brasil tem muito potencial visto que já a sua cultura conta com diferentes origens e tradições. Eu vejo um povo aberto a receber e acolher, por isso a arte não pode ser reservada aos museus, mas precisa também estar na rua.
Quais são suas expectativas no mercado Brasileiro e de Street Art em geral?
Espero que a Street Art continue sendo apreciada por todos os públicos, na rua como dentro dos escritórios e das casas.
A arte é para todos então espero que possa ser ainda mais divulgada no País inteiro.
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